sábado, 10 de setembro de 2011

Em uma cidade do interior de são Paulo, morava Carlos Augusto, ou melhor, “Guto” como era mais conhecido, ele tinha o dom de encantar as mulheres, não pela sua beleza, que não era pouca, mas sim, por seu jeito de falar e de agir, ou talvez pelo seu cheiro, pois Guto cheirava a rosas, culpa da fazenda de seus pais que eram grandes cultivadores de flores, Guto passava a maior parte de seu dia ali, inteiramente entregue as flores e aos seus perfumes, e com muita freqüência no meio das roseiras, apareciam moças supostamente perdidas as desculpas eram as mais incríveis possíveis” Foi que eu tava andando e sinti o cheiro das flor e cabei vindo pra cá, ainda bem que oxê me acho Guto” outras” Ôxe que cabei aqui ô!” ” Oia! Que eu tava oiando pro céu e parei aqui ô “e as mais atiradas na maior cara de pau juravam que era o destino que as fazia se perderem ali quase todos os dias!
 È claro que Guto nem ligava para esse assédio, até por que ele havia acabado de terminar o curso de floricultura na capital, e não havia nenhuma mulher que lhe interessa-se, quem gostava dessa historia eram seus pais um quase senhor de 57 anos, e uma já senhora de 62 anos.
 
 Mas em um dia, igual as outros, Guto estava olhando as petas de uma rosa vermelha, quando viu duas moças correndo desesperadas em sua direção, ele assustado saiu correndo e de longe uma delas gritou:
-ô Guto! Guto! Tem um bicho lá no lago atacando uma moça!Guto volta aqui homi!
 Ele parou e gritou:
- O QUE?!- ele voltou correndo, e perguntou onde, e as mulheres lhe indicaram o caminho e ele foi armado apenas com uma pequena faca de cortar folhas, chegando lá ele encontrou um enorme Ligre deitado no colo de uma linda mulher, que passava as mãos entre os pelos do animal que parecia adormecido, Guto segurou sua faca e foi andando bem devagar em direção a moça e a enorme fera vera:
- Moça, moça não se mexa vou te ajudar- Disse ele sussurrando, ela olhou para ele e deixou escapar de sua boca um leve ar de sorriso, que logo se misturou ao vento que deslizava em seus cachos:
- me ajudar?! Mas eu preciso de sua ajuda?- Ela respondeu com uma voz muito suave, mas  não olhando para seus olhos mais sim para seu corpo, com um olhar misterioso... Olhar de quem se interessa por algo ao qual fará de tudo para desvendar todos os seus mistérios.
- è claro que precisa, eu vim aqui para lhe salvar, dessa fera ai deitada no seu colo.
-Ah! Você veio aqui para me salvar, do Vélos?
-Vélos? – estranhou Guto. - è Vélos o nome dele?
Ela simplesmente sorriu, mas continuo á olhar para ele como quem examina um produto antes da compra.
-moça, mas, ele è seu?- perguntou ele já encantado pela voz e o jeito da mulher.
-primeiro desculpe-me, mas acho que esqueci seu nome senhor?- disse ela com aquele mesmo jeito.
- ah! Desculpa è que me esqueci de falar, me chamo Carlos Augusto mais pode me chamar de Guto, è a moça?- Perguntou ele com aqueles doces olhos castanhos.
-segundo sim Vélos è meu sim, não quer pegar nele?- Ela o olhou como quem desafia, ou insinua algo.
-é seguro?Quero dizer ele não morde?
- mas è claro que não Guto, vem senta aqui.
 Guto sentou-se perto da moça e de seu bichinho de estimação meio incomum, ela pegou sua mão e pôs sobre o animal que dormia, e começou a fazer carinho no pelo de Vélos com a mão de Guto que estava fria, diferente da mão da moça que estava quente, naquele momento Guto se sentiu completamente apaixonado, e olhando para a mão dele a moça  perguntou:
- O que acha da minha mão?- e olhando nos olhos dela, ele respondeu:
- são iguais ás pétalas, das belas flores, macias...
Ela passou a mão nos cabelos com os dedos entre os longos fios cacheados e perguntou com um ar de luxuria:
 - e meu cheiro?Ele è gostoso? –e ficou olhando para a boca de Guto, como quem deseja morder, uma vermelha, cheirosa e suculenta maçã.
-Sim, seu cheiro me atrai como, nenhuma outra rosa me atraio antes- Respondeu ele olhando nos olhos da moça. Ela passou a mão delicadamente no rosto de Guto, e levando a mão a sua nuca, perguntou quase sussurrando:
- E meus lábios? ... – ele olhou para a sua boca e respondeu sussurrando:
 - são tentadores... - e a conversa seguiu em sussurros:
-Você deseja beijá-los? Guto deseja?
 -sim... - respondeu ele já zonzo, e ela o beijou, um beijo doce, quente e intenso. Um beijo único.
 Depois do longo beijo, quando Guto abriu os olhos se sentiu mais atraído pela moça, Vélos acordou e grunhiu alto, eles marcaram de se encontrar no outro dia no mesmo lugar ao entardecer.
No outro dia muito antes do sol se pôr, Guto já estava lá, com algumas rosas na não, encostou-se na arvore e ficou a esperar, e quanto o céu ficou laranja, e o sol já muito cansado sumia, ela apareceu, com um vestido de véus verde e rosa o vento passava por baixo de suas pernas e brincava em seus cabelos cacheados, sua boca pequena e carnuda seus olhos e seu corpo pareciam derramar o pecado. Ela parecia o próprio desejo ao caminhar... Foi um pecado do qual Guto teve gosto, de provar.
Autora: Ana Mistye

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